quinta-feira, 13 de dezembro de 2012


Recife sujo, lixo de sobra,
Lixo no rio, lixo que dobra
Na beira
O abismo;
O lixo é o enfeite do rio
O lixo é a força daquilo que sobra,
É luxo quando se transforma
E agora tá virando moda
Pra enfeitar dentro a casa
Pra enfrentar rio adentro
O movimento da maré:
Quando sobe, lixo corre para o mar,
Quando vaza, enfia-se na lama.

Lixo no nariz da cidade
Que chama o rio de sujo
E o rio grita sangrento:
Lamento
Não banhar, não pescar, não fluir...
Não sou armazém nem cemitério do que não lhe convém.

O rio está um rio de lixo,
Lixo de quem?
Lixo a matar,
Lixo a colorir,
Lixo pra exibir na foto do jornal,
Lixo pra turista ver,
Atração multicultural,
E o candidato usa o lixo do rio na sua propaganda,
Lixo ganhou fama e ibope,
Mas só na televisão,
Em horário eleitoral,
No rio,
Lixo cheira à morte,
Lixo cheira mal...  

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