Quando eu era pequena,
não me lembro nem com que idade,
sonhei que uma ovelha comia minha orelha
e eu ficava sem escutar.
Aí fiquei dormindo de cobertor
pra proteger a minha orelha.
E até hoje eu durmo só com o nariz de fora,
pra proteger a minha orelha...
Bem, é meio precipitado lançar um blog num tempo de comunicação relâmpago quando eu nem tenho telefone celular. Blog sem muito fundamento, blog quase sem conteúdo, às pressas, acho que a melhor definição é lunático! Mas eis mais um espaço para rememorar a infância, viajar sem passaporte, mergulhar e afogar... eis um espaço para devaneios lunáticos.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Novas Primaveras
Vinte e uns,
vinte e alguns,
vinte e outras primaveras...
umas sem inferno,
outras sem astral,
todas com bebemoração,
insensos, poeminhas, animação...
sem música jamais,
cachaça bem menos
e não acabaremos num cabaré,
nem sequer acabaremos,
amanhã já é ano novo d'outro alguém,
um brinde!
brindemos à morte, que é imortal,
brindemos à sorte que todos tem.
vinte e alguns,
vinte e outras primaveras...
umas sem inferno,
outras sem astral,
todas com bebemoração,
insensos, poeminhas, animação...
sem música jamais,
cachaça bem menos
e não acabaremos num cabaré,
nem sequer acabaremos,
amanhã já é ano novo d'outro alguém,
um brinde!
brindemos à morte, que é imortal,
brindemos à sorte que todos tem.
Rê Bordosa
A boca sem batom,
A maquiagem borrada,
A roupa de brilho no sol da manhã.
A incerteza de estar limpa,
O medo do olhar das pessoas,
A cabeça latejando,
A ressaca moral.
O salto na mão,
O calo descalço,
Um brinco faltando,
Na cabeça um nó por não saber de onde veio...
Mas o pior de tudo é estar só
E não ter quem lhe acenda o cigarro.
A maquiagem borrada,
A roupa de brilho no sol da manhã.
A incerteza de estar limpa,
O medo do olhar das pessoas,
A cabeça latejando,
A ressaca moral.
O salto na mão,
O calo descalço,
Um brinco faltando,
Na cabeça um nó por não saber de onde veio...
Mas o pior de tudo é estar só
E não ter quem lhe acenda o cigarro.
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Ex Semine Seges
Ah! Meu pequeno grão,
Que desenvolvimento!
Quando se espreguiçando
Já florescesse,
Afincasse tuas raízes no meu coração
E doei inteiramente todo o meu terreno
Pois na tua plantação,
Além da sombra boa da tua copa,
Da brisa cheirosa que exalas,
Nos deliciamos com a vinda doce dos teus frutos,
Cujas sementes,
Reflorescerão um mundo
De já então,
Terras férteis.
domingo, 22 de janeiro de 2012
Sinfonia Marítima
Coloquei conchinhas entre colcheias,
Musiquei o mar para te dar:
Fiz da areia fina o chacoalhar do
ganzá;
As pancadas das ondas me davam a marcação
Para melodiar-te,
Musa confusa
Molhada de sal.
A maresia desconcertou o luar
Mas deixou que as estrelas enfeitassem
Com sonoridade cadente
A acústica do céu.
Não tendo pentagrama, nem
papel,
Pedi as sereias da praia que cantassem
As músicas que enfeitiçam
pescador.
Elas deram um louvor
Acordeado por corais,
Dizendo que tinha sido
O vencedor de muitos festivais.
Aí Netuno dedilhou
A sinfonia marítima,
Com seus arranjos harmônicos,
Modulando de improviso,
Orquestrou os peixes e seus instrumentos
De acordo com os naipes, as tonalidades,
Fez das profundezas abissais
Arena de expressões, intensidades,
Sem partitura, nem batuta,
Compassou o andamento,
Fez uma ópera, um movimento
De duração infinita.
Mas num curto acidente,
Escalou sem Dó
O som do silêncio.
Retrato Antropofálico
Bem no meio da bagunça bélica,
Bole a bunda e badala o bilau,
Bilolando na boceta e na boca,
Beija e brinca,
Bota e bomba,
Beija e brinca,
Bota e bomba,
Beija e brinca,
Bota e bomba.
Até que...
Basta!
Bem alto ele berra,
Esborra toda sua libido,
Boceja bêbado e
Babou!
Dolce Gabanna by Feira de Santana
Nu.
Nu não tem acento
Nem roupa.
Me dispo,
Me despido de qualquer vaidade.
Na verdade,
Não visto,
Visto que
Despercebido passo...
A Moça que se Disputa
Sobe na cadeira e dispenca,
Olha no espelho e descobre,
Senta no palco e desmonta.
Ajoelha e despede,
Pede tudo o que não pode,
Pode tudo o que nem pensa,
Dispensa tudo o que descobre...
Inventa,
Pensa que desbanca,
E na verdade, não desconta
Quando descobre que o seu discurso indiscreto
Impressionantemente desperta.
sábado, 21 de janeiro de 2012
Mazelas do Rio
Vi a sombra do caminhão e pensei que fosse um barquinho.
Não gostei das nuanças pretas que compunham o Rio,
Nem do lixo que enfeitava as calmas águas - de inverno - do
Capiberibe.
No cais, na ponte, passeiam as pessoas que sujam o Rio
Com tonturas, fezes e vômitos.
A maré nem baixa tanto
Mas você não mergulha...
Mimetismo de Lua
Outro dia
Vi a lua disfarçada de nuvem:
Branquinha,
Rala,
Discreta,
Miúda
Na tarde;
Mas surge na noite
Estrelada
Brilhante,
Crescente,
Gigante...
Postal de Trânsito
No engarrafamento
Pra passar o tempo
Escrever.
Não o que sinto,
Penso,
Invento,
Só coisas pra encher
O pobre papel branco.
Ainda no engarrafamento
Pra não pensar
Rabisco
De tempo e quilômetros cinzentos
Os centímetros do papel longo
Não há mais espaço
Perto do longo branco
E porque continua o engarrafamento
Com um ponto preto
Silencio,
Adormeço.
Bar do Paulista
Um peru, um purê, um pirão...
quanta evolução para um prato tão pequeno,
mas nem um pouco a menos
e cheio de obrigação.
Se você termina o que virá depois?
muito mais do que feijão com arroz...
arroz não, só feijão!
Mas isso aqui é uma apelação,
eu que nem gosto de chuchu
como gemendo,
chamando tu
pra comer comigo,
porque é tanta comida
que dá pra dividir com o inimigo
mas um inimigo assim,
sem muita importância...
teve um jornalista que descreveu bem:
"o prato é uma ignorância!"
quanta evolução para um prato tão pequeno,
mas nem um pouco a menos
e cheio de obrigação.
Se você termina o que virá depois?
muito mais do que feijão com arroz...
arroz não, só feijão!
Mas isso aqui é uma apelação,
eu que nem gosto de chuchu
como gemendo,
chamando tu
pra comer comigo,
porque é tanta comida
que dá pra dividir com o inimigo
mas um inimigo assim,
sem muita importância...
teve um jornalista que descreveu bem:
"o prato é uma ignorância!"
A conjugação do Verbo Pensar
Às vezes, do nada (pois passo
tempos sem lembrar),
Vem umas cenas a minha mente
E me pego rindo, sonhando...
Sinto sua presença em vários ambientes,
Às vezes sinto como se fosse encontrar você...na rua, na universidade...
E quando por acaso estou fazendo algo errado(rsrs),
Sinto sua presença em vários ambientes,
Às vezes sinto como se fosse encontrar você...na rua, na universidade...
E quando por acaso estou fazendo algo errado(rsrs),
Fico envergonhada quando
penso que você chegou!
Penso sempre, e pensar às vezes parece tão próximo...
Penso no cheiro e sinto-o.
Penso que posso e posso.
Penso, penso e mais quero pensar,
Pensar em coisas que os meus pensamentos se envergonhariam em pensar alto...
Pensar em você, em nós, em nossos papos, degustações...
Penso sempre, e pensar às vezes parece tão próximo...
Penso no cheiro e sinto-o.
Penso que posso e posso.
Penso, penso e mais quero pensar,
Pensar em coisas que os meus pensamentos se envergonhariam em pensar alto...
Pensar em você, em nós, em nossos papos, degustações...
Penso em tudo,
Mas por favor, meu amigo, só não pense que estou apaixonada por você.
Mas por favor, meu amigo, só não pense que estou apaixonada por você.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
O Experimentalista
Toma um café, prova
uma cana,
fica com a cerveja.
Projeta um vídeo,
toca um vinil,
termina no acústico.
O kibe pode ser frito
ou pode ser "krug".
Nessa mata, mata que arrodeia,
reservando a brisa,
brota jóia,
nem frutos, nem flores,
estes veem com as pessoas,
encontram-se nos sorrisos,
nas flautas, nos pandeiros, violões...
Entre e deixe sua máscara na parede.
Experimente ser você!
uma cana,
fica com a cerveja.
Projeta um vídeo,
toca um vinil,
termina no acústico.
O kibe pode ser frito
ou pode ser "krug".
Nessa mata, mata que arrodeia,
reservando a brisa,
brota jóia,
nem frutos, nem flores,
estes veem com as pessoas,
encontram-se nos sorrisos,
nas flautas, nos pandeiros, violões...
Entre e deixe sua máscara na parede.
Experimente ser você!
Pão
Ingredientes cuidadosamente selecionados,
Porções equivalentes.
Açúcar , sal, requinte.
Mexa bem a massa e deixe descansar,
Asse em forno bem quente,
E o melhor
é ficar vendo “inchar”...
só tiro moreninho
e caio de boca pra saborear...
nessa receita falta os ovos...rsrsrsr
nessa receita falta os ovos...rsrsrsr
Você
Você é meu segredo e propaganda.
Você que é namorado, não fique zangado quando não for o
único.
Você que só tem olhos pra mim,
Você que mal pensa em você,
Parece que vamos ficar distantes...
Pra que você tenha tempo de ficar com você,
Para que você tenha tempo de ficar com outras pessoas
E se divertir...
Você vai ver que longe não te posso fazer tanto mal,
E que perto não te faço tanto bem.
Mas saiba sempre que você teve alguém,
Alguém que chora, sorri
E sente frio quando venta um pouco mais que o normal pra uma
tarde primaveril...
Alguém que apesar de adorar a noite
Tem medo do escuro
E da cama vazia,
Alguém que carrega as lembranças,
Que tem a esperança como amiga
E a alegria como namorada,
Alguém que adora você.
Sonâmbula (Viagem Clandestina)
Ontem à noite tive um sonho...
Sonhei que estava indo a Maceió,
Pelo caminho vi...
Florestas de mananciais pra chupar chuva pras canas,
Formas arquitetônicas loucas de moradias em morros,
Assentamentos rurais dos que estão sem terra e sem prata
E infinitos canaviais.
Em Pajuçara vi uma orla irmãzinha de Boa Viagem,
Em Maragogi banhei
E ouvi cascalho de concha cantar
Na ilha que a onda do rio fez...
Vi flor de cana
[capim]
Dançar pra mim
na estrada,
De camurça eram os montes verdes
Onde os brotos de cana cresciam
Perfumados com a safra do cajá que já se ia...
Quanto assentamento, quanto
canavial...
Mas uma coisa me encucava:
Haveria mão pra cortar tanta
cana?
E justo lá era onde o álcool
combustível era mais caro...
Pois latifundiário não dá terra
pra assentado, nem cana...
Na boca da noite, outra
admiração,
Com a fumaceira e o cheiro, fogo
aclarando a escuridão.
E eu acordei desesperada,
Dessa viagem clandestina,
Já sem o gosto do açúcar,
Sem o sal do mar,
Muito menos cheiro de cajá,
Com o ranço da poluição
E a terrível sensação de acordar
De um sonho maravilhoso...
Sonho bom é assim,
dura pouco,
Fui por um caminho e voltei por
outro
Pra nunca mais voltar...
...daquele jeito,
Sonhando, dormindo, ou quem sabe
até mesmo
Sonâmbula.
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