quinta-feira, 13 de dezembro de 2012


Um dia você me beijou bem intensamente.
Abocanhando com os dentes minha língua,
Nos beijamos loucamente,
 No meio da rua,
 No marco zero,
 Praça do arsenal,
 Bares,
 No cais,
 Em todos os lugares.
 E cada beijo demorava uma eternidade.
 Eu não me preocupava se estava enfiando demais a língua
 Ou se estava com um hálito bom.
 Só beijando, beijando, beijando.
 Acho q tínhamos bebido bastante,
Bem soltos.

Adoro também quando você beija no canto da boca,
 Quase roubando, meio escondido, meio afetivo...
 Mas eu preciso de beijos inteiros,
 Bem marcados, demorados, robustos.
E com direito a gemidos...


É chegada a primavera, tempo de todas as flores:
Já tenho um buquê delas e não é o bastante!
Quero sentir todos os perfumes,
Ver os verdes cintilantes,
Voar como os amantes e
Sonhar como as crianças.
A primavera é a dança que escolhi para ser fada...
Mas atenção, cuidado:
Todo mundo é poeta quando está apaixonado.

E em beleza tudo se imprime:
O vento sacudindo as árvores,
A mãe ninando o menino,
A flor florando na estrada,
Até mesmo a faca do cabo fino.
 A vida já tem rumo esperado:
Todo mundo é poeta quando está apaixonado.

O verde nos prega peça
Com tantas cores, amores na praça,
Se esquece amarelo, envelhece,
Aparece vermelho, marrom, degradê,
Insistente como quem quer se vê
E surge até em terrenos asfaltados:
Todo mundo é poeta quando está apaixonado.


No transito é confusão todo dia:
 A mulher reclama do velho,
O homem diz: quem dirige mal é a mulher,
Atravessa-se fora da faixa,
Atropelando quem anda a pé,
É buzina, apito e multa,
Mas pra encontrar você eu saio até atrasado:
Todo mundo é poeta quando está apaixonado.

A solidão é um veneno corrosivo:
Mata, aperta, maltrata,
A gente dá um nó, ela vai lá e desata,
Quando se grita socorro, põe a mão na boca e abafa,
Com todo gosto do mundo,
Deixo a solidão no passado:
Todo mundo é poeta quando está apaixonado.

Mas minha paixão é grande,
Portanto, digo, amor:
Eu amo todas as coisas que Deus nos deu e criou,
Amo a flor que nasce, os animais e as pessoas,
Amo as coisas bonitas, as criaturas de índole boa,
Amo ainda mais quem anda a meu lado:
Todo mundo é poeta quando está apaixonado.



Amo tanto essa vida
Que amo até a saudade:
Bem certo ela machuca,
Desconsiderando classe, cor, idade,
Mas é um sentimento verdadeiro
Não comporta falsidade,
Saudade eu tenho de quem eu ainda aguardo:
Todo mundo é poeta quando está apaixonado.

Quando estou apaixonado
Escrevo carta, deixo bilhete, mando flores,
Grito aos quatro ventos:
Já não sinto mais dores!
Ando atento, vejo o mundo,
Desatento, confundo as cores,
E se receber uma ligação vou correndo apressado:
Todo mundo é poeta quando está apaixonado.

Quando estou apaixonado,
Canto, danço e escrevo,
Assobiando, passa o tempo e não vejo,
Anoiteço e amanheço brindando à alegria,
Todo dia é dia de viver a vida bem contente
E nos meus versos traço rimas independentes
Quando estou enamorado:
Todo mundo é poeta quando está apaixonado.

Apaixonado escrevo estes versos somente,
Por hora, agora, não para sempre,
Pois todo dia a vida nos dá lição
Que amar é sempre a melhor solução,
Rejuvenesce, contagia, e revigora
Se é dado com boa intenção,
Por isso convido o leitor a se entregar descuidado:
Todo mundo é poeta quando está apaixonado.


Tanto esperei tua ligação,
Uma mensagem, visita.
 O dia inteiro e à noite esperei.
Tarde resolvi te procurar,
 Mas a resposta foi nenhuma.
 Já falei e de novo tenho que expressar meu medo,
Medo de estar te sufocando,
 Medo de atrapalhar tua vida,
 Medo de não ser correspondida.
 Fiz até charminho e esperei uma surpresa,
 Mas temo que surpresa eu tenha com você dizendo adeus.
Com isso, amanhã não vou te ligar.
 Amanhã vou sofrer a tua falta sem anúncios luminosos,
 Vou chorar sem te contar minha dor,
 Não vou deixar que você saiba do meu dia,
 Não vou colocar a roupa mais bonita,
 Não vou te esperar.
 Vou continuar pensando em você,
O dia inteiro
Mas se você me ligar não vou atender.

Soneto Dissonante

Discordo das formas propostas
Quadradamente planejadas,
Rimas limadas,
Montadas para encaixarem perfeitamente.

Gosto de versos soltos,
Independentes,
Rimas avulsas
Ou sem rimas simplesmente.

Cacos, tragos, rabiscos,
Ideias que giram sobre o mundo
Sem dono, mas com propriedade.

A estética deste soneto
É ao amor e à liberdade.

Recife sujo, lixo de sobra,
Lixo no rio, lixo que dobra
Na beira
O abismo;
O lixo é o enfeite do rio
O lixo é a força daquilo que sobra,
É luxo quando se transforma
E agora tá virando moda
Pra enfeitar dentro a casa
Pra enfrentar rio adentro
O movimento da maré:
Quando sobe, lixo corre para o mar,
Quando vaza, enfia-se na lama.

Lixo no nariz da cidade
Que chama o rio de sujo
E o rio grita sangrento:
Lamento
Não banhar, não pescar, não fluir...
Não sou armazém nem cemitério do que não lhe convém.

O rio está um rio de lixo,
Lixo de quem?
Lixo a matar,
Lixo a colorir,
Lixo pra exibir na foto do jornal,
Lixo pra turista ver,
Atração multicultural,
E o candidato usa o lixo do rio na sua propaganda,
Lixo ganhou fama e ibope,
Mas só na televisão,
Em horário eleitoral,
No rio,
Lixo cheira à morte,
Lixo cheira mal...  

Polpa de Pitanga

Daí graças à pitanga, a acerola, a manga que dá.
Tem cana também, cana que o usineiro dita o preço a pagar,
Mas é o pitangueiro que a tem.
Daí graças a essa vida pitangueira, abacateira, tomateira, floresteira,
Forasteiro, que dá,
Que mata a fome,
Dá sombra e aconchego,
E agora, novidade:
Vem sendo vendida a preço de banana,
De madeira tipo exportação,
A preço de líquido cristal que a natureza a todos serve de graça e de bênçãos.
Ah! Agrofloresta, quando frutos trarás?
Sem escola, associação, praça, festa,
Vão resistir à primeira colheita???
Temos que ser românticos, acreditar,
Investir na esperança,
Porque até durante a infância todo broto de pitanga tem adubo pra dar
Mas o sertangueiro tem q fazer a sua parte,
Exigir das autoridades o que lhe é de direito,
Cuidar das pessoas, reflorestar,
Hibridizar suas sementes de pitanga com as de outros assentamentos sem-terras... 

Oração pro Coração

Deus cale meu coração,
Eu que faço tanta besteira,
Que ajo tanta bobagem;
Deus cale meu coração
Pois ele ama demais,
Ama tão demasiadamente
Que às vezes confunde a dor com amor;
Deus abafe meu coração
Eu que sou agnóstica
Pra não precisar rezar...
Deus cale meu coração
Pra eu parar de amar...

Onde foi que nos perdemos?
Será que eu sou incapaz de amar somente um?
Egoísmo ou amor em demasia?
Prq eu não consigo direcionar?
Porque eu faço os outros sofrerem?
Vou me castigar...


Não sei como você consegue me causar tanto frio na barriga.
Penso 50 vezes na mesma coisa e lá tá ele, me arrepiando por dentro. Que feitiço!
Com fogo e silêncio abrigasse meu mar.
Nada que se compare a um: “tu é muito doida. E isso é quase um elogio...”
O pior é que eu não consigo parar de pensar: 51, 52, 53 vezes arrepio.
Não que eu esteja reclamando, mas queria desvendar as artimanhas da sua sedução
E tentar retribuir um pouco o prazer que você me dá.


Na hora do almoço, quando a filha pequena vê a mãe colocando salada no seu prato, com manha, diz que não quer e a mãe argumenta que na barriga tem um espacinho pra casa coisa: um espaço pra feijão, um espaço pra arroz, carne, salada...
Mesmo assim, a menina bate o pé, chora, esperneia dizendo que não gosta e que não vai comer a salada. A mãe, julgando ser mais esperta, mostra logo um pirulito gigante de um metro de comprimento que a menina havia ganho e diz que se a pequena não comer tudo não vai degustar do presente. A menina come um pouco do prato e diz toda animada:
- terminei mamãe!
Quando a mãe olha para o prato diz irritada:
-pelo visto você não quer mesmo o pirulito, não é, minha filha?
A menina então responde:
-quero sim, mamãe, quero tanto que deixei um espaço bem grandão pra ele caber todinho...

Meu amor tô sem transporte
Vem me buscar de elevador
Vamos para o mais alto pat-amar
Sobe, ascensorista, cobertura de chocolate, por favor...

hoje resolvi te escrever, não para dizer que você me inspira, atrai, incita a fazer loucuras,
não para dizer que você corrompe, alucina, ilude e que na verdade, estou gostando,
 hoje te escrevi
não para dizer que quando você me olha com cara de dono ou quando diz estar com ciúmes
me faz tremer todinha, pedindo pra ser sua,

Louca língua molhada
Lua nova levada
13!
Cachaça com rolha,
Fome que passa no beco
Espelho, espalho
Banho de chuva no caminho
A música sem som dublada
Um taxi que demora e eu aprovo
No outro dia
Um sono de 20 horas
Estripulia, audácia
Loucura
Emoção
Te faço uma pergunta se acertares pago-te uma prenda
Se errares, bebe um gole de mim.
Depois que te conheci descobri um mundo que só usa Kaiak,
Agora é o teu perfume que me atordoa,
Na minha cama, na minha roupa, minha pele, nas pessoas.
Depois que provei teu sal descobri um mundo doce demais, enjoado,
Depois que senti teus lábios descobri de onde Deus tirou o mar
Depois que me tocasse, inundei em desejo e vivo a afogar.
Desejo ser sua, sentir-me em teus labios, ter minha roupa arrancada pelo teu desejo, quero
beijar o teu beijo e abraçar os teus braços, quero desembaraço pra ser sua. 

Lição do dia:

Chupe como se fosse um pirulito;
Lambuze-se como quem usa um batom,
Pode engolir todinho,
Só não morda como a um chocolate;
Eu que como
A sua porpeta.
Mas o sugo eh meu...
E suga!
Sugando aprendes rapidinho...

Já, já passa.
Nada mais certo que uma dor maior
Pra fazer a gente esquecer...
Já, já sara.
Nada melhor que uma boa cachaçada pra esgotar o pranto.
Já, já já era.
Nada que uma boa festa,
Umas caras novas e um bom papo não resolvam...
E aí, tem alguém na linha???

Foi e me disse adeus. Olhou para trás, sorriu e acenou. Despediu-se sem nenhuma expressão de tristeza. Disse-me tchau igualmente me deu oi pela primeira vez. E ainda por cima ordenou um sincero “cuide de ser feliz”. Cretina! Sabe que a amo, cantarolou “hoje eu quero sair só”, me deu um pé na bunda e ainda quer ser minha amiga? Rapariga! Amiga da onça não minha, eu só não mandei tomar banho porque estava na rua, mas era bem a minha vontade...


Eu te disse que você nunca me beija,
Mas foi precipitação...
Lógico que eu queria mais beijos,
De chegada, despedida, roubados, escondidos.
A verdade é que todos os meus beijos te pertencem,
Todos os meus beijos querem ser teus...
Refleti:
Beijo é bi, duo, a dois...
Constatei:
Beijar está contido no compartilhamento.
Assim, então, concluo:
Você compartilha poucos beijos comigo....

estrela


Era uma menina-andorinha  que só conhecia o por do sol
E um dia ela voou para outras terras
Longe da sua casa
Lá descobriu o nascer do sol
E entendeu um pouco mais do mundo no mundo.
 E voou para muitas outras terras
Mas as andorinhas voltaram
E a menina também voltou
E hoje
Quando ela vê o por do sol
Ela já não morre somente,
Ela sabe que também renasce como o sol na outra terra
E pode ouvir sua música,
Visitar aquela gente de lá
 E guarda toda a luz que consegue do dia
E usa durante a noite,
Alumiando as andorinhas que insistem em voar...

Chato teatro por mim protagonizado,
Não consigo fingir,
Estou apaixonada.
E quero mordiscar,
Conversar só com você,
Quero, beijando, sentir teus dentes,
Rir,
Quero nem despedir,
Quanto mais abraço curto.
Não te quero avulso,
Atenuante,
Longe, desatento,
Quero te sentir todo momento,
Quero olhar no olho sem me envergonhar
E dizer o que penso:
Quero te namorar...

As frutas da salada ficaram na geladeira
E para não estragarem
Resolvi fazer um suco:
Peguei todas elas,
Bem pica-dinhas
Coloquei água, açúcar
E bati no liquidificador
Um tempão
Bem lentamente
E fui vendo as cores se misturando
Mudando de cor,
Engrossando,
E stop!
Botei no copo com umas pedras de gelo
E fiquei fortinha de vitaminas.

Um desejo doido de chupar uva,
Comer morango,
Banana com casca.
Também gosto de goiaba,
Melancia e coco verde nem se fala,
Amora, caju, açaí, cupuaçu,
Carambola, laranjas as mais diversas,
Acerola e piri-piri, vitamina c pura,
Jabuticaba, manguito, manga espada,
Manga rosa, linda e cheirosa, pura alucinação,
Gosto tanto de fruta que chupo até limão,
Abacaxi com cana,
Maçã pra cantar,
Cravo pra tirar o cheiro,
Jambo pra sonhar...
Toda fruta, colorida,
Abacate, kiwi, seriguela,
Pêssego, jaca  mole e dura,
Sapoti, cajarana, ingá,
 O que não vale é modificar em laboratório,
Tirar semente, fiapo,
Mudar o gosto, inventar cores, hibridizar,
Gosto de fruta crioula e gosto de fruta pra lambuzar.

21 anos


Ah! Meus 21 anos de idade!
Que não se repetem,
Que rapidamente passam,
Tanta saúde, Tanta pressa
Todo preso...
À liberdade.
Tantas noites, tantas camas,
Como voaram
Os meus 21 anos,


A tartaruga e as Assaduras

Era uma vez uma tartaruguinha bem pequena. Era simpática, alegre e tinha muitos amigos, mas vivia tristonha por não poder passear como todos os outros animais. È que ela tinha sérios problemas com assaduras. Quaisquer dois passos que ela desse, ficava toda assada. Por serem gordinhas, suas pernocas roçavam no casco e sempre  deixavam-na assadinha.
Cansados de verem a tartaruguinha sofrendo, alguns animais da floresta resolveram ajudá-la. Pesquisou cada um deles como evitar as assaduras, trouxeram talco, óleo, hidratante, algodão, de um tudo para resolver o problema da amiga. Resolveram testar inicialmente o algodão, colocaram generosamente algodão entre as pernas e o casco, mas assim que começou a andar o suor fez grudar todo o algodão irritando ainda mais a pele. O óleo parecia ser a melhor opção e após melecar a pobre tartaruga, saíram para passear, mas o atrito aumentava a medida que o óleo esvaia-se. O talco deveria ser a solução, viraram a pequena de pernas para o ar e aplicou como nos bebês, um talco bem cheiroso. Mas assim como o algodão, o suor fez o talco desaparecer deixando grandes assaduras. O hidratante era o último recurso e tinha que funcionar. Para evitar que algo dessa vez saísse errado, fizeram um hidratante natural, com várias sementes e frutas da floresta, ingredientes cuidadosamente selecionados e avaliados por um médico. Mas todo esforço novamente foi em vão e a tartaruguinha sem perspectiva resolveu ficar definitivamente em casa.
O tempo passava e seus amigos ficavam cada vez mais preocupados, pois, isolada do resto do mundo, ia ficando triste, magrinha, pálida... Foi então que o leão teve uma idéia. Se calçasse patins, a tartaruguinha deslizaria sem esforço. Desconsiderou, no entanto, a saúde fraca da amiga, que mal podia ficar em pé sobre as rodas.
Marcaram uma audiência com todos os bichos da floresta para que se apresentassem mais idéias, dentre todos absurdos propostos um pareceu-lhes fantástico: Se alguém levasse a pequena voando, ela não faria esforço algum e assim não ficaria assada. A idéia era realmente boa, mas depois de todo o trabalho a procura de quem carregaria a tartaruga, difícil foi convencê-la a fazer o passeio.
Estando a pequena convencida a fazer um rápido passeio experimental, saiu carregada por dois pássaros grandes e fortes. O vôo foi um sucesso e ainda melhor do que esperava-se: ela agora estava vendo pela primeira vez o mundo de cima. E de tão fascinada a tartaruguinha, pedia sempre que a levassem além, adiante, queria ver o mar. Mas o mar era longe, e os pássaros já demonstravam sinal de cansaço, no entanto, o pedido daquela sofredora merecia todo esforço para ser realizado e mais além seguiam os dois passaram apressados.
Quando avistaram o mar a pequena gritou eufórica: mais ráaaaaaaapido! E seguindo suas instruções, levaram-na sobre as águas e antes que pudessem satisfazer sua vontade de ir mais, mais além, exaustos, deixaram-na cair no mar.
Antes que ela encostasse-se à água, os pássaros já desciam, precisavam assegurar-se que a tartaruguinha ficaria bem e num vôo rasante acompanharam seu desenvolvimento na água: a tartaruguinha demonstrava ser uma exímia nadadora e após nadar minutos a fio, percebeu que dentro da água não ficava assada, agradeceu imensamente aos pássaros, e disse que daquele dia em diante moraria no mar para sempre. E foi assim que surgiu a tartaruga marinha.

A noite tem sempre seus mistérios.
Em casa, com a chuva, ela ficou fuçando a internet. Acabou descobrindo que não tinha nada interessante para ver e resolveu mostrar-se. Conversava com um desconhecido quando sugeriu ligar a câmera. Ele topou na hora, só não esperava já encontrá-la bem nua. Excitado, ele tirou a roupa e exibiu seus centímetros. Masturbaram-se e divertiram-se num gozo descontraído. Ele foi dormir leve, ansiando o próximo encontro. Quando acordou, tinha centenas de comentários em seu perfil nas redes sociais, era cedo pra tanto rebuliço. O primeiro post tinha um link com o seguinte comentário: “senta nesse meu pauzão duro...” Quando clicou no endereço, sua imagem despojada da noite anterior. Após ser ridicularizado em todos os círculos de convivência, decidiu firme: vou matar aquela prostituta! Nunca pode sequer desconfiar de onde ela havia surgido, mas após criar um perfil fake, começou a praticar a destruição da vida social de muitas mulheres desocupadas.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Suíte do Sertão



Sertão,
Ser tão seco,
Em pleno inverno
Pôs-se inverso
E virou verão.

Ampla visão de seco.
Caatinga toda com sede.
Amarela o verde que ainda se sustenta.
Não há flores.
Só bromélias e pedras colorem o sertão.
Quando o sol abre
Parece que vai incendiar os galhos caducos
E as serras só descansam quando pairam sobre si as cumulus.
Só aí é possível se entender porque há plantas que nascem das rochas:
Buscam amenizar o calor na pedra fria...


No ano de 2012 choveu muito pouco.
No agreste e sertão
Muita seca,
Muito sol,
Muito sal...
Gado magro,
Findou a palma
E ainda não choveu.
“Tô dando o meu boi a quem tiver o que lhe dar de comer”...
No ano de 2012
Não choveu no dia de São José,
No são João o milho estava caro
E em várias cidades do semi-árido as festas juninas foram canceladas.
É a pior seca em 30 anos
E no Norte, acompanhamos a pior cheia em 100.
Abram alas à transposição do Velho Chico,
Enquanto ele ainda é Chico,
E não
Assistencialista apenas aos grandes latifundiários.  

Placebo

Eu sei que você vai tentar me engolir
Por isso, vou logo avisando,
Eu rasgo como um comprimido gigante
Que entala na goela
E deixa um gosto amargo na boca.
 Você vai, bebe mais água
E trinta minutos depois aquela queimação familiar...
Você pensa que tomou a pílula certa
E por hora ate sente um alivio
Mas  em algum momento você vai descobrir
Que dragou mais males q curas
Ou no mínimo adotou um vicio.
 E esses nem são os meus efeitos colaterais...
 Também não tenho bula
 E nunca, nunca apareço em receituários.
 Mas se mesmo assim
 Você ainda quiser me engolir,
 Um último aviso,
 Sou de farinha de mandioca
E tenho mania de Viagra:
 Ataco o coração e mesmo que me gozem eu continuo de pé.